Sabemos que contabilidade não é a área que todo arquiteto sonha aprender e trabalhar, mas tão importante quanto desenhar e criar projetos incríveis é manter a empresa saudável, regularizada e gastando menos com impostos, concorda? Então preste atenção neste conteúdo para aprender dicas valiosas sobre contabilidade para escritórios de arquitetura.
Ter uma contabilidade estruturada para seu escritório, com o imposto correto, o tipo de sociedade adequado e respeitando todas as regras pode te fazer economizar um bom dinheiro, além de evitar qualquer problema futuro que você possa ter.
Dicas de contabilidade para escritórios de arquitetura
1. Fases do profissional de arquitetura
Prestador de Serviços Ocasionais
Arquiteto que é recém-formado e ainda presta serviços de maneira ocasional e sem tanta formalidade assim. Ainda não vive inteiramente de projetos de arquitetura.
Prestador de Serviços Autônomo
Já é um arquiteto formado, que trabalha exclusivamente com projetos e tem uma renda de cerca de R$ 3.000 a R$ 4.000 mensais.
Ser um profissional autônomo acaba saindo muito caro, pois, como você ainda é pessoa física, irá pagar até 20% de INSS e até 27,5% de Imposto de Renda. Ou seja, é quase que inviável!
E se você está pensando que MEI pode ser uma boa alternativa, infelizmente ele não é permitido para a área de arquitetura e design de interiores.
Prestador de Serviços Profissional Formalizado
São aqueles arquitetos que já são estabelecidos, que já possuem uma carteira de clientes, têm uma renda fixa estável e desejam formalizar a empresa.
Uma vez que você decide se formalizar e ter uma empresa de verdade, a primeira coisa que você tem que fazer é escolher o seu tipo de empresa, o que envolve o formato jurídico, o porte e o regime tributário.
2. Tipos de Regimes de Tributação
Lucro Presumido
Como o próprio nome informa é um regime que presume quanto de lucro o seu escritório de arquitetura terá. Para profissões regulamentadas, como a de arquiteto, esse valor de carga tributária é normalmente de 16,33% do valor total do seu faturamento.
Em algumas prefeituras do Brasil, o Lucro Presumido dá a opção do regime de SUP (Sociedade Uniprofissional). Isso pode ocorrer em uma sociedade na qual os sócios possuem a mesma atividade profissional.
A grande diferença entre o Lucro Presumido normal x Lucro Presumido + SUP está no pagamento do ISS. No SUP, ele passa a ser um valor diferenciado e menor. Com isso, em média, o imposto total cai de 16,33% para 12,40%, o que já representa um grande desconto no valor total a se pagar.
Simples Nacional
Diferentemente do Lucro Presumido, o Simples não presume quanto você irá ter de lucro e o imposto é cobrado pelo limite do seu faturamento anual. Para isso, esse tipo de regime tributário é dividido em vários anexos. Abaixo vamos listar os que se referem mais propriamente ao mercado de arquitetura e design de interiores.
Anexo III
– Carga tributária a partir de 6%.
– Inclui serviços de arquitetura e serviços de desenhos técnicos relacionados à engenharia. Se você for o responsável técnico pelo projeto, você pode usar o anexo III para tributação. Entretanto, se de alguma forma você terceirizar ou não for o responsável direto você terá que usar o anexo VI.
Novidade: A partir de 2018 o governo irá separar Arquitetura e Urbanismo de Engenharia. Então, você tendo somente o seu escritório de arquitetura poderá usar o anexo III como regime de tributação, mesmo sem ser o responsável técnico.
Anexo IV
– Carga tributária de 4,5% (em caso de você ter funcionários, nesse valor de 4,5% não está incluso o valor do INSS).
– Tem como possíveis atividades: design de interiores e atividades paisagísticas.
Anexo VI
– Carga tributária de 16,93%.
– Serviços de arquitetura e serviços de desenhos técnicos relacionados a engenharia (em casos de você não ser o responsável técnico).
3. A importância da formalização para arquitetos
Pode parecer que que não faz diferença, que ninguém vai notar, que isso não é um critério para escolha, mas é sim!
Você ser formalizado impacta tanto na vida do cliente quanto na sua. Veja abaixo algumas vantagens de ser formalizado:
- Mostra profissionalismo e maturidade
- Organização da vida financeira (saber separar gastos pessoais dos gastos da empresa já ajuda bastante no seu dia a dia)
- Emissão de notas fiscais (com isso você evita o risco de sonegação de impostos, multas, entre outros problemas)
- Menos imposto de renda (como mostrado nos exemplos acima, quando você atua como pessoa física você paga mais impostos do que como pessoa jurídica)
- E, a melhor parte, mais dinheiro no seu bolso. Com a economia de impostos você pode investir mais recursos na sua empresa para acelerar ainda mais o crescimento.
4. Composição contábil do seu escritório de arquitetura
→ Formato Jurídico
Empresário Individual
Somente um sócio e com responsabilidade ilimitada. Em um eventual problema judicial, os bens pessoais podem ser afetados.
EIRELI
Somente um sócio também, porém aqui a responsabilidade é limitada. Existe uma blindagem entre os bens vinculados à pessoa física e jurídica. Entretanto, para abrir uma EIRELI você precisa registrar que a empresa tem de patrimônio pelo menos 100 salários mínimos de capital social.
Sociedade Limitada
Aqui talvez o modelo mais comum e mais conhecido de todos. É uma empresa com mais de um sócio, na qual tudo se limita ao capital do negócio.
→ Enquadramento
ME – Microempresa
Faturamento anual de até R$ 360 mil
EPP – Empresa de Pequeno Porte
Faturamento anual acima de R$ 360.000, porém com um limite de R$ 4,8 milhões.
→ Modelos de Tributação
Como já falamos e listamos acima, seriam:
- Simples Nacional
- Lucro Presumido
- SUP
A maioria das empresas faz a seguinte composição:
Empresário Individual → ME (Microempresa) → Simples Nacional
Entretanto, avalie o seu caso e consulte um contador. Não é porque a maioria das pessoas faz que essa combinação vai ser a melhor para você.
5. Documentos Necessários Para Abrir sua Empresa
Agora que você entendeu a importância da contabilidade para um escritório de arquitetura, tenho certeza que você vai querer se formalizar, certo? Então, veja abaixo todos os documentos que você precisa para dar esse novo passo na sua via pessoal e profissional:
– Carteira de Identidade (em bom estado)
– Comprovante de endereço de onde será a empresa
– Número do recibo da última declaração do imposto de renda ou cópia do título de eleitor
– Cópia do IPTU onde será a empresa
Espero que essas dicas de contabilidade para escritórios de arquitetura tenham lhe ajudado e você agora passe a ver seu contador como um excelente amigo!
* Esse post foi escrito por Pedro Renan, Gerente de Marketing B2B da Viva Decora, maior portal de decoração, reforma e mobília do Brasil.