Muitos profissionais, principalmente das área de criação, desenvolvimento, tecnologia, comunicação, entre outros, decidem trabalhar como freelancer para ter controle dos “jobs” que desejam executar. Outra situação igualmente comum é um funcionário de uma empresa receber a proposta de trabalhar como PJ na mesma função que exercia. Seja qual for a história e os motivos que levam os profissionais a escolherem trabalhar como freelancer ou PJ, o fato é que esses caminhos possuem vantagens e desvantagens que precisam ser consideradas na tomada de decisão.
Separamos neste post um estudo básico dessas duas realidades profissionais. Leia com atenção, pois nem sempre de liberdade de horários vivem o freelancer e o PJ, e você vai querer saber o porquê.
Trabalhar como Freelancer ou PJ?
Considerações sobre trabalhar como PJ
Quais são as vantagens:
- Remuneração superior ao oferecido no regime CLT: para compensar a ausência ou diminuição de benefícios e a necessidade de pagamento de tributos, a empresa contratante costuma oferecer uma remuneração pelo menos 40% maior do que o salário de um funcionário contratado por CLT;
- Não é necessário oferecer exclusividade: um profissional PJ pode prestar serviço para mais de uma empresa, aumentando seu faturamento, seu networking e garantindo fontes múltiplas de ganhos;
- Flexibilidade de horários: essa vantagem é comportamental. Bons profissionais já foram taxados como incompetentes por não cumprirem uma carga horária fixa. Com essa flexibilidade, apenas o trabalho do profissional é avaliado.
Quais são as desvantagens:
- Instabilidade financeira: como não existe um vínculo empregatício, o profissional pode ser desligado do projeto sem aviso prévio, ou não encontrar nova demanda regular para seus serviços. Isso faz com que o fluxo de caixa tenha grandes variações;
- Não possui benefícios CLT: ainda que a empresa ofereça alguns dos benefícios para o profissional PJ, ele tradicionalmente não possui férias remuneradas, décimo terceiro salário, pagamento de horas extras e nem ajustes salariais que são oferecidos para as classes trabalhistas;
- É preciso lidar com outras áreas além da sua atividade fim: é preciso saber qual o melhor tipo de empresa abrir, estar em dia com o pagamento de tributos e ainda ficar atento às modificações na forma de declarar seu IR.
Freelancer ou PJ? Obviamente, trabalhar como PJ ainda é um bom negócio e, mesmo que seja para manter seu emprego, existem soluções inteligentes para cada uma das objeções desse tipo de regime trabalhista. É o caso dos seguros de vida para PJ que cobrem períodos de afastamento por doença, investimentos feitos para períodos de menor faturamento e os contadores, que fazem todo o controle contábil para os profissionais PJ.
Considerações sobre trabalhar como freelancer
Quais são as vantagens:
- É possível trabalhar em qualquer lugar: a flexibilidade de horários se estende também para o local de trabalho. É possível trabalhar de casa ou de qualquer outro lugar;
- É possível fazer um cadastro MEI. Algumas atividades podem ser registradas como Microempreendedor Individual, garantindo alguns benefícios sociais. Porém é preciso saber se sua atividade fim pode ser considerada MEI;
- Você pode escolher os trabalhos que quer executar. Quando existe um vínculo empregatício, o profissional precisa cumprir todas as tarefas dadas a ele. E, na maioria das vezes, ele possui um chefe para cobrá-las. Trabalhar como freelancer permite que o profissional escolha seus clientes e trabalho;
- O valor do serviço é definido pelo profissional. É necessário estabelecer um preço compatível com o mercado, mas o valor será definido pelo próprio profissional.
Quais são as desvantagens:
- Instabilidade financeira: assim como quem trabalha como PJ, o freelancer precisa ter um controle financeiro grande. Precisa ter poupanças direcionadas para momentos de pouco faturamento e também para a aposentadoria;
- É preciso ter muita disciplina. O faturamento está diretamente relacionado à produção, e isso envolve a captação de clientes, o cumprimento de prazos e cobrança;
- Não receber de clientes: alguns clientes podem dar “o calote” e, por mais que você persista, eles não pagarão.
Diante desses e de outros fatores, decidir trabalhar como freelancer também é uma grande aposta. Você pode fazer uma transição por etapas até que tenha possibilidades de se manter apenas como freelancer. Para trabalhar como PJ, o raciocínio deve ser o mesmo, e considerar seu planejamento de carreira é fundamental.
Faça as contas
Claro que um ponto muito importante é o lado financeiro. Isso vai pesar, e é natural que seja assim. Então vamos às considerações e números:
Atuando como autônomo
Neste caso, o correto é realizar o cadastro na respectiva prefeitura e recolher tributos, entre eles o ISS (Imposto Sobre Serviços), que pode variar de acordo com o município. Também deve-se considerar o INSS, referente a 11% do valor, com um teto de R$ 707,69. E aí vem o mais pesado: o Imposto de Renda. Esse “abocanha” uma parcela e tanto do lucro, podendo chegar a até 27,5%.
Para entendermos melhor, vamos pegar como exemplo um profissional que teve um faturamento de R$ 8 mil, atuando nestas condições, como autônomo:
– R$ 2.200,00 de Imposto de Renda
– R$ 707,69 de INSS
Mesmo considerando um ISS igual a Zero, já são R$ 2.907,69 de tributos, o que representa mais de 30% da renda.
Atuando como PJ
Um dos formatos mais procurados por empresários individuais é o MEI (Microempreendedor Individual), mas esse modelo possui algumas limitações. Primeiro com relação às atividades. Não é toda atividade que pode abrir um MEI. Além disso, possui um limite máximo de faturamento de R$ 81 mil anuais. Também só pode contratar um funcionário pagando o teto da categoria. E não pode ser sócio em outra empresa.
Nestas condições, uma alternativa mais interessante passa a ser um empresa no formato de Empresário Individual ou EIRELI, optando pelo regime do Simples Nacional, que unifica o pagamento de diversos tributos em uma única guia, chamada DAS, e muitas vezes oferece alíquotas mais convidativas. Tem um limite anual de faturamento de R$4.800.000,00. O valor do imposto pago através da DAS depende muito da atividade, do anexo e da conta que se faz para calcular, mas varia entre 4,5% à 33%.
Vamos pegar o mesmo exemplo de cima, com um faturamento mensal de R$ 8 mil e uma renda bruta acumulada de R$ 96.000,00 nos últimos 12 meses. Considerando que a atividade esteja no anexo III do Simples Nacional, pela fórmula de cálculo, o valor da DAS seria de R$ 480,00, somando a quantia de R$ 707,69 de INSS, resultaria em um total de R$ 1.187,69, ou seja, menos de 15% do valor total do faturamento.
Conclusão:
Atuando como autônomo, desde que você queira estar dentro da forma legal, você acaba pagando muito mais do que atuando como PJ. Claro que para a conta final, você deve considerar também os custos de abertura e manutenção da empresa, mas ainda assim vai significar um melhor negócio.
Gostou do post? Tirou suas dúvidas sobre trabalhar como freelancer ou PJ? Essas escolhas irão te levar para seu grande objetivo? Então faça um comentário e divida quais são suas principais preocupações!