Ter liberdade para adequar a rotina conforme as prioridades, poder trabalhar em um ambiente inspirador — que muitas vezes é a própria casa — estar em aprendizado constante e ter acesso a diversas oportunidades de trabalho são alguns dos fatores que motivam cada vez mais profissionais de diferentes áreas a se dedicarem à atividade freelancer. Contudo, vem a pergunta: como e quanto cobrar por um freela?
A precificação é uma das principais dificuldades para quem está iniciando a carreira por conta própria. O empreendedor se depara com as mais variadas questões: quanto vale meu trabalho? Vou espantar clientes com esse preço? Estou muito abaixo do mercado? Meu nível profissional permite cobrar o que estou pedindo?
As dúvidas são normais e fazem parte do processo de aprendizado de quem começa uma nova atividade.
Quanto cobrar por um freela?
Os fatores que influenciam no valor do serviço também são bastante variáveis. Dependerão, por exemplo, do grau de concorrência do mercado, da experiência do profissional, da disponibilidade de tempo e da carteira de clientes adquirida.
Como veremos neste post, algumas dicas ajudam a balizar o cálculo que indica o valor da tarefa realizada pelo profissional. Boa leitura!
Compreenda o nível profissional que você está
As pessoas iniciam a carreira freelancer por diversos motivos: desemprego, estagnação na ocupação atual, vontade de empreender, busca por liberdade, vontade de crescer e de ganhar mais financeiramente.
O freelancer deve compreender, contudo, o nível profissional em que se encontra. A carreira está em fase inicial ou já tem mais de dez anos de experiência no ramo? Sem dúvida, a experiência influencia na hora da escolha do valor do serviço.
Um recém-formado, por exemplo, talvez não possua um portfólio tão rico quanto um profissional que está há mais tempo no mercado. Apresentar trabalhos que você já desenvolveu mostram autoridade no assunto e contribuem para cativar novos clientes.
Caso você precise formar uma carteira de clientes, é interessante ter um preço competitivo, mesmo que você não ganhe muito dinheiro em um primeiro momento. O objetivo nesse ponto é conquistar mercado para mostrar o seu trabalho. Assim, você poderá desenvolver um portfólio de serviços para apresentar a potenciais clientes no futuro.
Ter um diferencial em relação aos concorrentes também valoriza a atividade. Quanto mais exclusivo for o serviço ofertado por você, maior será o valor por ele se houver demanda no mercado.
Considere todos os custos envolvidos
Colocar na ponta do lápis todos os custos que envolvem o trabalho como freelancer é fundamental para formar a base sobre a qual será calculado o valor-hora. Deixar de fora alguma despesa pode ser determinante para que uma tarefa vire prejuízo ao invés de lucro.
Assim, anote o valor desembolsado em internet, assinaturas, softwares, material de escritório, aluguel e impostos. Esse será o custo mensal, também chamado de despesas fixas, que deverá ser coberto pelas suas atividades.
As despesas variáveis são aquelas diretamente ligadas à produção do serviço, como impressões ou materiais específicos para o desenvolvimento da atividade contratada. Esses custos também deverão estar incluídos na precificação.
Outras despesas que você deve estimar são o tempo gasto com correções solicitadas pelo cliente, em reuniões e em pesquisas.
Calcule quanto quer ganhar por mês
A partir de definidas as despesas que envolvem o seu negócio, a etapa seguinte para saber quanto cobrar por um freela é projetar quanto você quer ganhar em um mês. É preciso considerar as despesas privadas nesta hora: assistência média, aluguel residencial, transporte e educação são alguns dos exemplos.
Some as despesas domésticas com as corporativas e você terá o mínimo mensal de faturamento que você precisa. Acrescente o lucro que deseja e você terá o valor a ser perseguido mensalmente como freelancer. Para calcular o valor-hora, basta dividir o montante com o tempo que você trabalhará em 30 dias.
Pesquise a concorrência e o público-alvo antes de cobrar pelo freela
Para saber quanto cobrar por um freela, é importante ter o valor da sua hora de trabalho definida. Aí inicie uma pesquisa de mercado para saber quanto a concorrência cobra pelos serviços que serão oferecidos por você. Faça a comparação com outros freelancers e com empresas conceituadas.
Caso o seu valor esteja muito alto, avalie se deve cortar despesas. Por outro lado, se o valor estiver baixo, monte a sua estratégia: você pode manter o preço para conquistar vários clientes e criar um portfólio, por exemplo. Ou pode aumentar o valor e disputar o mercado com base no serviço que tem a oferecer.
Em seguida, estude o tipo de cliente que você atenderá. Os valores mudam pela quantidade de serviço contratado e pelo perfil da empresa. Para um contrato longo, por exemplo, pode ser oferecido um valor-hora mais baixo do que para uma tarefa curta. Você ganhará com a estabilidade e o volume de serviços.
O nível de competição também influencia: quanto mais concorrentes e menos clientes, menor será o preço cobrado. Quanto menos concorrentes e mais clientes, maior será o valor do serviço.
Profissionais do ramo da tecnologia da informação, design, fotografia e produção de conteúdo (videomakers, redatores e tradutores) são áreas bastante disputadas. Normalmente possuem alta concorrência, mas com uma demanda bastante grande. Realizada a análise do grau de competitividade, busque o marketing para divulgar seus serviços.
Crie uma pessoa jurídica
Entre as vantagens de ter uma pessoa jurídica está a facilidade para o processo de contratação por outras empresas e manter a sua atividade legalizada junto ao governo. Uma opção para quem está começando é ser enquadrado como Microempreendedor Individual (MEI). Essa modalidade se vale de isenções fiscais e tem menos obrigações que outros modelos de Pessoa Jurídica. O valor pago mensalmente também dá direito ao trabalhador aos benefícios da Previdência Social.
Atualmente, o limite para ser enquadrado como MEI é uma renda bruta mensal de R$ 6.750,00. Caso o faturamento aumente, o freelancer pode transformar a MEI em uma Microempresa. Mas considere também logo de cara outros formatos que permitam uma flexibilidade maior de faturamento e de contratação de funcionários, como Empresário Individual ou EIRELI, ou até Sociedade Limitada se você imagina ter sócios.
Então, quanto cobrar por um freela? O valor exato para responder essa pergunta só você mesmo conseguirá dar. Com base no mercado, nos custos fixos e na sua estratégia de captação de clientes será possível precificar a sua atividade. A dica final é buscar sempre o aprendizado e fidelizar a clientela conquistada. Com o tempo, seu preço será reconhecido pelo mercado.
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